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Wikileaks revela vídeo de assassinato de repórteres da Reuters

23 de outubro de 2010

Aeronave envolvida no ataque também é acusada de atirar em outros civis

A nova onda de informações da Guerra do Iraque divulgadas ontem pelo site, Wikileaks, e pelas principais mídias do mundo, não revelou apenas documentos importantes. Os investigadores do site puderam encontrar um vídeo que marca o assassinato de dois repórteres da Reuters, o repórter fotográfico Namir Noor Eldeen e seu assistente Saed Chmargh’s, na manhã de 12 de Junho de 2007.

A Reuters sempre pediu investigação total sobre o ataque e o exército norte-americano sempre se esquivou, dizia “as pessoas que foram alvejadas estavam entre tropas americanas e insurgentes norte-americano”.

O helicoptéro Apache, codinome Crazy Horse 18, atirou em área civil; com foguetes de curta distância; tiros de metralhadora .30 e mísseis Hellfire. Ao todo, 6 pessoas morreram e outra ficou gravemente ferida.

A Al Jazzera divulgou o vídeo em seu site, ao todo tem 17 minutos. Durante o vídeo é possível as brincadeiras dos pilotos e os civis, os pilotos “confundiram” a câmera do repórter com o fuzil de assalto AK-47, e ainda é possível ver que o outro jornalista e civis sem armas.

Ao ver as crianças um dos pilotos – a aeronave e tripulada por duas pessoas – diz “Bem, é culpa deles trazer crianças para a batalha” e logo em seguida começa o massacre.

Segundo o Wikileaks, o Crazy Horse 18 (helicóptero ou piloto) ainda participou ao menos de outros dois ataques alvos civis.

Colocarei o vídeo abaixo, mas aviso que as imagens são fortes. O próprio YouTube indica que pessoas com menos de 18 anos não podem ver o vídeo.

Wikileaks revela detalhes da guerra no Iraque

22 de outubro de 2010

Civis foram os principais prejudicados na guerra

O Wikileaks acaba de divulgar os dados da guerra do Iraque. Foram 391,832 mil os arquivos divulgados no site do verbetes. Os documentos foram entregas entregues com um mês de antecedência para o Der Spiegel, The Times, New York Times e Le Monde; para avaliar os dados que seriam postados em suas páginas na internet. Os militares norte-americanos tentaram evitar a divulgação dos dados, a tentativa foi em vão.

As atrocidades dos oito anos de guerra mostram o alto número de civis mortos, tortura de prisioneiros, apoio dos iranianos a milícias iraquianas, presença massiva de mercenários segurança privada sem regras e nenhuma de destruição em massa, principal causa da guerra, recuperada. Os jornais fizeram especiais chamado de Iraq War Logs, destrinchando os documentos do site.

Veja mais no NYT e Der Spiegel, capítulo por capítulo.

Debate 2010 – Queremos Town Hall

15 de outubro de 2010

Faltou não apenas gana, um clinch das redes de TV também era necessário.

No primeiro turno da eleição presidencial os candidatos tiveram um perfil muito técnico nos debates, com exceção de Plínio Arruda que preferiu o tempo todo realmente “debater’ as melhores propostas para o país.

Marina Silva, José Serra e Dilma Roussef preferiram expor suas propostas de campanha no debate, todas as perguntas pareciam ter sido por advogados, prontos a se esquivarem ou não entrarem em questões mais delicadas.

Parte da culpa dos debates serem tão técnicos foram as regras criadas pelas redes de televisão e pelos portais de internet. Os candidatos não entraram em confronto direto, não houve confronto de ideias ou propostas. Com isso, o perfil de “gerentões” dos candidatos ficou mais exposto.

Apenas existiu exposição do propostas de governo, uma emenda do programa eleitoral gratuito. A falta de um “programa de governo” dos dois principais candidatos ao pleito, Dilma e Serra, transformou o debate numa vitrine de lojas com “super propostas” para transformar o país numa potência.

Os debates na TV e Internet

O pior debate foi sem dúvida na Rede Record, utilizando do formato clássico com perguntas entre os candidatos e perguntas dos jornalistas, o programa teve problemas técnicos, erros nas regras, perguntas redundantes, mal direcionadas e mal formuladas pelas jornalistas.

Uma das perguntas, feita por Christina Lemos, trouxe clara irritação de José Serra, ele reclamou por cinco vezes com o mediador, Celso Freitas, âncora da TV Record.

Em compensação, os jornalistas da Rede Bandeirantes novamente foram destaques na cobertura da eleitoral. Com perguntas pertinentes e idôneas, o debate trouxe um pouco da dinâmica necessária para as eleições.

A Rede TV foi a grande surpresa dos debates, foi aquele que os candidatos mais se expuseram enfrente as câmeras. Com apoio da Folha de SP, o debate foi interessante do ponto de vista das propostas e as perguntas dos jornalistas convidados mexeram com os brios dos candidatos, com destaque para Renata Lo Prete, da coluna Painel do jornal paulistano.

No debate da UOL, embora existisse a interação com internauta enviando perguntas, foi frio, mórbido e muito travado. As perguntas foram pré-selecionadas e nenhuma realmente entrou em temas de destaque e de suma importância para os brasileiros.

Como emprego, saúde e os royalties do pré-sal. Ainda assim, o debate da UOL foi importante para mostrar a voz dos internautas nas eleições.

A grande decepção

Era esperado um grande debate na Rede Globo de Televisão no fim do primeiro turno. A última oportunidade para Plínio, Marina, Serra e Dilma mostrarem suas reais aspirações ao principal cargo do país. As regras do debate foram divulgadas apenas no dia e era esperado algo diferente, para gerar interação entre candidatos e população.

Vimos um formato pior que aquele visto nos anteriores. As regras de uma fila para as perguntas proporcionou uma verdadeira fuga entre os candidatos, apenas Marina e Plínio partiram para o embate. Do mesmo modo que Alckmin fugiu de Mercadante na terça, Serra e Dilma preferiram não se confrontar.

Segundo Turno e o Town Hall

Faltou um verdadeiro ambiente de debates para abordar o pleito e seus postulantes. O formato de debate que faltou era o Town Hall, uma verdadeira arena onde os  candidatos degladiam, com suas ideias do “como governar o país”. Num primeiro momento apresentam suas propostas e questionam um ao outro sem interferência direta do mediador.

No segundo momento, a plateia faz questões aos candidatos e por último as declarações finais. A ideia dos temas pré-selecionado é ótima, assim dá tempo do candidato se preparar para responder. Como ocorreu no último debate entre Obama e McCain, para a presidência dos EUA, com transmissão do C-SPAN.

Porém, perguntas “surpresas” poderiam acalorar a disputa e mostrar qual dos governantes tem jogo de cintura para lidar com temas complicados.

Neste formato as reais questões dos brasileiros seriam levantadas e o ponto eletrônico não adiantaria. Ali, as propostas dos candidatos precisariam ser expostas claramente, assim como suas ideias e pensamentos sobre o comando da nação.

O primeiro debate do segundo turno, na TV Bandeirantes, chegou próximo do formato Town Hall. Serra e Dilma fizeram perguntas um ao outro, com pouca intermediação do jornalista Ricardo Boechat. Acabando de vez com o tom ameno do primeiro turno, aonde os únicos que trocavam tapas eram seus assessores através da imprensa.

Já temos o tom do segundo turno, agora faltam as propostas.